Nootrópico: o que são as drogas da inteligência?

Nootrópicos: o que são as “drogas da inteligência?”

Nootrópicos: o que são?

Os nootrópicos, frequentemente referidos como “drogas da inteligência”, são compostos bioativos que podem melhorar a função cognitiva e o desempenho mental.

Eles podem ser encontrados tanto em formas naturais, como compostos bioativos encapsulados (nutracêuticos) e aminoácidos.

Sendo assim, vamos citar diversos pontos importantes sobre os nootrópicos.

O que são Nootrópicos?

Os nootrópicos são substâncias que potencializam a cognição, foco e memória.

Eles atuam no cérebro de várias maneiras, como promovendo a sinaptogênese, que é o aumento das conexões neuronais, e agindo como antioxidantes para proteger as células cerebrais dos radicais livres.

Nootrópicos são nutracêuticos (compostos bioativos) ou até fármacos

Exemplos de Nootrópicos

1. Cafeína: Classificada como um nootrópico, a cafeína melhora o alerta e o bem-estar. Dessa forma ela age diretamente no cérebro promovendo efeitos positivos na cognição, foco e alerta.

2. Creatina: Além de seus benefícios para a energia muscular, estudos sugerem que a creatina pode melhorar a função cognitiva e a memória. A suplementação de creatina tem demonstrado melhorar a função cognitiva, energia cerebral e a memória..

3. Bacopa Monnieri: Este fitoterápico ajuda a inibir a degradação da acetilcolina, um neurotransmissor crucial para a memória. Para prolongar a presença da acetilcolina no cérebro, a inibição da colinesterase é fundamental. Esses compostos ajudam a inibir a degradação da acetilcolina, mantendo-a ativa por mais tempo e, assim, potencializando a função cognitiva.

4. Ômega 3: O DHA atua como um antioxidante no cérebro, protegendo contra o estresse oxidativo que pode danificar células cerebrais e acelerar o envelhecimento cognitivo.

5. L-teanina: promove relaxamento sem causar sonolência. Ela aumenta a produção de ondas alfa no cérebro, que estão associadas a um estado de atenção calma e relaxada, além de melhorar o foco e a cognição.

Mecanismos de Ação dos Nootrópicos

Os nootrópicos podem aumentar a perfusão sanguínea cerebral, garantindo um suprimento adequado de oxigênio ao cérebro, que consome cerca de 20% do oxigênio do corpo.

Além disso, sua ação anti-inflamatória pode aumentar a produção de BDNF (Brain-Derived Neurotrophic Factor), essencial para o crescimento e diferenciação neuronal.

Nootrópicos modulam neurotransmissores
Nootrópicos modulam neurotransmissores

A ação anti-inflamatória dos nootrópicos também é fundamental. A redução da inflamação tem sido associada à produção aumentada de BDNF, um fator crucial para o crescimento e diferenciação neuronal.

Além disso, não devemos subestimar o papel dos precursores neurotransmissores — como acetilcolina (ACH), dopamina, serotonina e norepinefrina — na regulação de processos cognitivos essenciais

Ademais, os nootrópicos atuam como antioxidantes, proporcionando proteção contra os radicais livres. Esses radicais têm o potencial de oxidar os ácidos graxos presentes na membrana neuronal, protegendo assim sua integridade.

Da mesma forma, ao promover uma melhor perfusão sanguínea cerebral, essas substâncias garantem um suprimento adequado de oxigênio ao cérebro, que consome cerca de 20% do oxigênio total do corpo.

Considerações sobre Dieta

Embora os nootrópicos possam oferecer benefícios significativos, é importante lembrar que uma base alimentar saudável é fundamental para otimizar seu efeito.

Uma dieta ocidental tende a ser mais pró-inflamatória em comparação com dietas orientais, o que pode impactar negativamente a saúde cerebral.

Ao longo dos anos, observou-se um aumento significativo no tamanho das porções de alimentos em supermercados e restaurantes nos países ocidentais.

Por exemplo, o conteúdo energético de um hambúrguer típico aumentou de 333 kcal para 590 kcal; para as batatas fritas, esse aumento foi de 210 kcal para 610 kcal.

Essa mudança nas porções influencia nossa percepção do que constitui uma quantidade adequada e contribui para uma dieta ocidental mais pró-inflamatória em comparação com a dieta oriental.

Isso porque a dieta do homem no período paleolítico era composta por uma quantidade de ômega 6 (ω-6) e ômega 3 (ω-3) semelhantes, com uma relação de ω-6/ω-3 de aproximadamente 1:1 ou 4:1.

Entretanto, as dietas ocidentais atualmente são deficientes em ácidos graxos ω-3 e apresentam uma grande quantidade de ácidos graxos ω-6 (fritura por imersão por óleos), na proporção de 15:1 e até 40:1;

Nos últimos 150 anos, os ácidos graxos ω-3 foram sendo diminuídos em dietas ocidentais, se comparados ao ω-6, devido aos interesses do agronegócio e o processamento de alimentos. Nada contra o ω-6, e sim, o seu excesso;

Lembre-se que quem demoniza algum alimento, provavelmente não entende nada sobre nutrição. O nutricionista analisa sempre o contexto.

É um fato que a dieta ocidental é mais pró inflamatória que a oriental. Por isso, vou mostrar um padrão alimentar que pode auxiliar a melhorar a longevidade e o declínio cognitivo….

Dieta do Mediterrâneo

Dieta do mediterrâneo
Dieta do mediterrâneo

É um padrão alimentar que se baseia nos hábitos alimentares de países banhados pelo mar Mediterrâneo, como Grécia, Itália e Espanha. Reconhecido por pessoas longevas e que tem baixo declínio cognitivo.

Este padrão dietético está inserido nas BLUE ZONES ou ZONAS AZUIS, que são locais no mundo onde as pessoas são mais longevas, ultrapassando mais de 100 anos de idade .

Essas regiões são: Nicoya (Costa Rica), Okinawa (Japão) e Loma Linda (Califórnia, EUA).

Este padrão dietético está relacionado com:

  • Um alto consumo de frutas (3-4 por dia),
  • Alto consumo de vegetais (2-3 porções por dia) Maior consumo de gorduras monoinsaturadas (azeite de oliva, abacate e as oleaginosas – nozes e castanhas),
  • Consumo de grãos integrais e legumes
  • Moderado consumo de peixes e castanhas (4-5 vezes por semana),
  • Consumo moderado de vinho,
  • Baixo consumo de carne (4-5 vezes no mês)
  • Consumo diário de laticínios com baixa concentração de gordura.

A comida que consumimos é a base para nosso corpo, moldando nossa saúde e bem estar até o nível celular.

Portanto, a escolha de uma dieta equilibrada e baseada em alimentos naturais é fundamental para alcançar seus objetivos de saúde e performance mental. Desembale menos e descasque mais!

Microbiota intestinal

O cuidado intestinal é muito importante. Sabia que o nosso intestino é o nosso segundo cérebro?

Nele existem neurônios e diversas bactérias boas e ruins (somos um hospedeiro de microorganismos).

Quando a saúde intestinal esta fluindo bem, chamamos de simbiose intestinal (equilíbrio entre essas milhares de espécies).

Evidências mostraram que a dieta afeta diretamente as bactérias no intestino.

serotonina e intestino
Cuidar da sua saúde intestinal é primordial para o bem estar (produção de serotonina, por exemplo)

A composição da microbiota intestinal difere entre indivíduos saudáveis e com excesso de peso ou obesos. Aumentar a ingestão de fibras com algumas peças de fruta, legumes ou uma porção de aveia na rotina pode auxiliar.

A suplementação de fibras é bem vinda, caso você não consuma fibras (frutas, vegetais folhosos e legumes);

A microbiota intestinal desempenha um papel crucial na nossa saúde. Quando a microbiota intestinal está desequilibrada, um estado conhecido como disbiose, pode levar a vários problemas de saúde.

Por exemplo, analisando a via da bioquímica, uma microbiota ruim pode aumentar a captação de triglicerídeos (um tipo de gordura ~ gordura no fígado) e ativar o Fator Nuclear Kappa B (NFKB), levando à inflamação e resistência à insulina.

A microbiota intestinal, também conhecida como flora intestinal, é composta por trilhões de micro-organismos, incluindo bactérias, fungos e vírus, que habitam o nosso intestino.

Esses micro-organismos têm um papel fundamental na nossa saúde e bem-estar, ajudando na digestão, absorção de nutrientes, proteção contra patógenos e regulação do sistema imunológico.

Algumas curiosidades interessantes sobre a microbiota intestinal incluem

  • São mais de 1000 espécies, que totalizam aproximadamente 100 trilhões de células em um indivíduo com 10 trilhões de células humanas;
  • De 250-400g do seu peso são microorganismos;
  • O sistema nervoso central está conectado ao intestino através do sistema nervoso entérico (200-600 milhões de neurônios);
  • Existe uma relação muito grande entre o seu cérebro e o seu intestino, onde os neurocientistas denominaram eixo intestino-cérebro-microbiota;
  • Alterações na microbiota intestinal têm sido associadas a várias doenças, incluindo obesidade, diabetes, doenças inflamatórias intestinais e câncer.
  • A diversidade da microbiota intestinal é influenciada pela dieta, estilo de vida, idade e uso de antibióticos.
  • A microbiota intestinal pode ser transmitida de mãe para filho durante o parto e amamentação. O seu parto foi normal ou foi cesária?

Mas o fato é que você deve cuidar da sua microbiota intestinal:

  • Existem 2 formas de você cuidar da sua microbiota:
  • Prebióticos: são fibras, as quais são digeridas apenas ao atingirem o cólon (intestino grosso), conferindo benefícios à saúde associados a microbiota intestinal. Encontramos em frutas, vegetais, legumes, cereais e leguminosas;
  • Probióticos: são microorganismos vivos que, quando administrados em quantidades apropriadas oferecem benefícios à saúde do indivíduo, contribuindo para o equilíbrio da microbiota intestinal. Encontramos em bebidas fermentadas – lácteos fermentados, yakult, chucrute e kombucha
    • OBS: Uma microbiota intestinal inflamada/ disbiose expressa uma maior expressão de lipopolissacarídeos, aumentando também citocinas pró inflamatórias que aumentarão a sua inflamação.
    • Excesso de inflamação aumenta o cortisol (hormônio do estresse), grelina (neuropeptídeo da fome).

Nootrópicos são a cereja do bolo

nootrópicos
Primeiro a dieta e depois a cereja do bolo

No entanto, podem ser úteis para a saúde cerebral e cognitiva, foco atencional (estudos, gamers), etc.

Através de sua influência na sinaptogênese, ou seja, o aumento da rede de conexões neuronais, essas substâncias mostraram-se promissoras na melhoria da capacidade cognitiva.

Além disso, a capacidade dos nootrópicos de atuar como antioxidantes proporciona proteção contra os radicais livres, que têm o potencial de oxidar os ácidos graxos presentes na membrana neuronal, protegendo, assim, a integridade da mesma.

Da mesma forma, ao promover uma melhor perfusão sanguínea, essas substâncias podem garantir um suprimento adequado de oxigênio ao cérebro, que consome cerca de 20% do oxigênio do corpo.

Sendo assim, poder ser utilizados em uma rotina alimentar saudável, porém não substituem nenhum fármaco.

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