História do Vegetarianismo: Das Culturas Antigas a Atualidade
História do Vegetarianismo: das origens ao futuro
A história do vegetarianismo possui raízes na tradição filosófica indiana e, assim, chega ao Ocidente através da doutrina pitagórica. As origens indianas e pitagóricas do vegetarianismo ligam a prática a noções de pureza e contaminação. Portanto, essa prática não necessariamente reflete uma visão de respeito aos animais.
Como tudo começou?
Mahavira, o fundador histórico do Jainismo, adotou uma dieta rigorosamente vegetariana. Assim, seus seguidores também escolheram essa forma de alimentação. Além disso, Siddartha Gautama, o Buda, decidiu ser vegetariano e proibiu seus discípulos de consumirem carne.
Enquanto isso, no Egito, por volta de 3200 AC, grupos religiosos adotaram o vegetarianismo. Eles acreditavam que abster-se de carne criava um poder kármico que facilitava a reencarnação.
Os egípcios se alimentavam principalmente de pão, cebola, alho, favas, lentilhas, rabanetes, pepinos e, ocasionalmente, peixe. Essa dieta era frequentemente acompanhada de cerveja não fermentada. No entanto, os pobres consumiam carne e frutas apenas em dias de festa.
Na Antiguidade Clássica, na Grécia Antiga, Pitágoras se destacou como o pai do vegetarianismo no Ocidente. Além disso, Platão, um filósofo posterior a Pitágoras, frequentemente aparece em discussões sobre vegetarianismo.
O vegetarianismo também conquistou adeptos significativos em algumas comunidades judaicas. Embora essa prática não seja um princípio central do judaísmo, muitos judeus a adotam.
A dieta original prescrita pela Torá, conforme descrita no Jardim do Éden, baseava-se em plantas e refletia um estado ideal de harmonia entre os seres humanos e outros seres vivos.
Portanto, a história do vegetarianismo remonta a antigas tradições filosóficas e religiosas, especialmente no Oriente. Essa prática se espalhou para o Ocidente através de figuras influentes como Pitágoras.
Ao longo dos séculos, diversos grupos praticaram o vegetarianismo por motivos éticos, espirituais e de saúde.
Na Idade Média, o vegetarianismo ganhou novas nuances. Muitos Padres da Igreja primitivos, como Tertuliano, Clemente de Alexandria e São João Crisóstomo, acreditaram que evitar a carne aumentava a disciplina e a força de vontade necessárias para resistir às tentações.
Durante esse período, inúmeras ordens religiosas adotaram o vegetarianismo. No entanto, essa prática não surgiu por um profundo respeito aos animais; ela visava principalmente controlar os desejos corporais.
História do Vegetarianismo no Século XX
Em 1901, no século XX, defensores do vegetarianismo começaram a se organizar formalmente. Assim sendo, eles fundaram a primeira sociedade vegetariana na Rússia, um marco significativo para essa filosofia de vida.
Em 1905, eles estabeleceram a primeira Sociedade Vegetariana na Espanha. Isso refletiu um crescente interesse pelo vegetarianismo na Europa.
Em 1908, em Dresden, na Alemanha, fundaram a União Vegetariana Internacional (International Vegetarian Union – IVU). Essa organização sem fins lucrativos promoveu o vegetarianismo globalmente e facilitou a troca de informações entre sociedades vegetarianas.
Portanto, esse movimento internacional consolidou o vegetarianismo como uma escolha de estilo de vida reconhecida em todo o mundo.
Crescimento Contemporâneo
Nos dias de hoje, a história do vegetarianismo continua a se desdobrar. Esse estilo de vida cresce continuamente devido à crescente conscientização sobre questões éticas relacionadas ao bem-estar animal e aos impactos ambientais da produção de carne.
Além disso, os benefícios à saúde associados à dieta vegetariana atraem cada vez mais pessoas. Com o advento das redes sociais e o fácil acesso à informação, mais indivíduos exploram as vantagens do vegetarianismo e adotam essa prática em suas vidas.
Dessa forma, a história do vegetarianismo não é apenas uma narrativa do passado; ela representa uma evolução contínua que reflete mudanças culturais e sociais ao longo do tempo.
Tipos de Veggies
A história do vegetarianismo abrange diversos tipos de vegetarianos, e cada um possui seus próprios motivos, que podem ser éticos, ambientais, espirituais, religiosos ou filosóficos.
Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira, é considerado vegetariano “todo aquele que exclui da sua alimentação todos os tipos de carne, aves e peixes e seus derivados, podendo ou não utilizar laticínios ou ovos”.
Além disso, o vegetarianismo inclui o veganismo, que é a prática de não utilizar produtos oriundos do reino animal para nenhum fim.
Semi Vegetariano
Um dos tipos de vegetarianos é o semi vegetariano. Esse indivíduo consome carne branca até 3 vezes por semana. No entanto, é importante notar que esse estilo de vida não é considerado uma dieta vegetariana propriamente dita.
De forma semelhante, o pescetarianismo se destaca como um regime alimentar que inclui peixes e frutos do mar na dieta, além de laticínios. O consumo de peixes oferece uma excelente fonte de ômega 3, que atua como um poderoso anti-inflamatório para o nosso corpo.
Ovolactovegetariano
Outro tipo é a dieta ovolactovegetariana. Essa dieta permite a inclusão de ovos, leite e derivados, além de alimentos vegetais. Assim, peixes, carnes e seus derivados são excluídos das refeições, seguindo a mesma linha de outros tipos de vegetarianismo.
Lactovegetariano
Por sua vez, uma dieta lactovegetariana se abstém do consumo de carne e também de ovos. No entanto, ela permite o consumo de laticínios como leite, queijo, iogurte, manteiga, ghee e kefir. Vale ressaltar que alimentos fermentados oferecem diversos benefícios para a microbiota intestinal.
Ovovegetariano
O ovovegetarianismo mantém o ovo na dieta, mas exclui outros derivados. Assim, esse tipo de vegetarianismo se diferencia por descartar não apenas as carnes do cardápio, mas também produtos de origem animal como leite, queijo, iogurte e requeijão.
Vegetariano Estrito
Por fim, o vegetariano estrito não utiliza nenhum derivado animal em sua alimentação e evita produtos que incluam derivados entre os ingredientes. Exemplos incluem gelatina, proteínas do leite, mel e alguns corantes e espessantes.
O vegano se encaixa nessa categoria como um vegetariano estrito; no entanto, ele também não utiliza produtos não alimentícios provenientes de animais. Isso inclui lã, couro, seda, pele e cosméticos testados ou que contenham algum derivado animal na composição.
Portanto, a história do vegetarianismo é marcada por uma diversidade de estilos de vida que excluem diferentes graus de produtos de origem animal. Cada tipo reflete escolhas individuais baseadas em princípios éticos, ambientais, espirituais, religiosos ou filosóficos.
Dessa forma, essa prática continua a evoluir e se diversificar ao longo do tempo.
10 Curiosidade sobre a história do vegetarianismo
1. Origens Antigas: O vegetarianismo tem suas raízes na tradição filosófica indiana, onde a prática surgiu em torno de 600 a.C. com o Jainismo e o Budismo, que promoviam a não-violência (ahimsa) e o respeito à vida animal
2. Pitágoras e o Vegetarianismo: O filósofo grego Pitágoras, ativo no século VI a.C., é frequentemente considerado o pai do vegetarianismo ocidental. Ele acreditava que a abstinência de carne era essencial para a saúde e a harmonia espiritual, além de defender a transmigração das almas.
3. Egito Antigo: Por volta de 3200 a.C., grupos religiosos no Egito adotaram práticas vegetarianas, acreditando que abster-se de carne criava um poder kármico que facilitava a reencarnação. Os sacerdotes egípcios, por exemplo, evitavam certos tipos de carne para manter sua pureza.
4. Influência Religiosa: Várias religiões ao longo da história promoveram o vegetarianismo, incluindo o Jainismo, que prescreve uma dieta estritamente vegetariana como parte de sua doutrina de não-violência. Essa prática continua até hoje entre os jainistas.
5. Vegetarianismo Ético: A sensibilidade em relação aos direitos dos animais e o vegetarianismo ético começaram a ganhar destaque no século XIX, especialmente na Europa, onde pensadores como Henry Salt e outros ativistas começaram a criticar o consumo de carne em bases morais.
6. Figuras Históricas Vegetarianas: Muitas personalidades influentes eram vegetarianas, incluindo Albert Einstein, Leonardo da Vinci e Mahatma Gandhi. Gandhi, por exemplo, acreditava que “o progresso espiritual exige que paremos de matar nossos semelhantes para satisfazer nossas necessidades corporais” .
7. Movimento Moderno: O movimento vegetariano moderno começou a se organizar no século XIX, com a fundação da primeira sociedade vegetariana em 1847 na Inglaterra. Esse movimento se espalhou rapidamente pela Europa e América do Norte.
8. Veganismo como Extensão: O veganismo, que exclui todos os produtos de origem animal, surgiu como uma extensão do vegetarianismo no século XX. Ele se tornou um estilo de vida completo que aborda questões éticas, ambientais e de saúde.
9. Impacto Ambiental: Estudos modernos apontam que adotar uma dieta vegetariana ou vegana pode reduzir significativamente a pegada de carbono individual. Isso ocorre porque a produção de carne é uma das principais responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa.
10. Crescimento Contemporâneo: Atualmente, o vegetarianismo e o veganismo estão em ascensão globalmente, impulsionados por um aumento na conscientização sobre bem-estar animal e sustentabilidade ambiental. Muitas pessoas estão optando por essas dietas não apenas por razões éticas, mas também por benefícios à saúde.
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