Quais são os 7 erros nutricionais no Endurance
Os 7 Erros Comuns na Nutrição de Atletas de Endurance e Como Corrigi-los
A nutrição para esportes de endurance é uma parte fundamental do desempenho de qualquer atleta, especialmente aqueles que se dedicam a esportes de endurance. No entanto, muitos cometem erros que podem prejudicar seu rendimento e recuperação. A seguir, abordamos os cinco erros mais comuns e como corrigi-los, com respaldo científico e guidelines da nutrição esportiva.
Quais são os erros comuns na dieta de atletas e como evitá-los?
Os atletas de endurance frequentemente cometem erros nutricionais que podem comprometer seu desempenho e recuperação. Vamos detalhar os cinco principais:
1. Subestimar a importância dos carboidratos
Muitos atletas de endurance subestimam a quantidade de carboidratos necessária para sustentar longos períodos de exercício. Estudos demonstram que a ingestão insuficiente de carboidratos pode levar à fadiga precoce e queda no desempenho.
Carboidratos são a principal fonte de energia durante exercícios prolongados. Um erro comum é reduzir a ingestão de carboidratos, o que pode levar à depleção de glicogênio e fadiga precoce.
De acordo com as diretrizes da Associação Americana de Dietética, atletas de endurance devem consumir de 6 a 10 gramas de carboidratos por quilograma de peso corporal por dia (Fonte: Academy of Nutrition and Dietetics).
Correção: Inclua uma quantidade adequada de carboidratos em cada refeição, especialmente antes de treinos longos. Alimentos como aveia, batata doce e massas integrais são excelentes fontes (1 a 3 horas antes, pois são mais complexos). Alimentos mais simples como bananinha, doce de leite, goiabada podem ser utilizados 1 hora a 30 minutos antes (devido a fácil digestibilidade).
2. Negligenciar a hidratação e os eletrólitos (sódio, potássio, magnésio, etc..)
A desidratação pode afetar drasticamente o desempenho, causando cãibras, exaustão e até mesmo condições graves como o golpe de calor.
Ignorar a importância da hidratação pode resultar em desidratação, afetando a performance e a saúde.
Os guidelines do Colégio Americano de Medicina Esportiva recomendam que os atletas bebam cerca de 500ml de água duas horas antes do exercício e continuem a hidratação durante e após o treino (Fonte: American College of Sports Medicine). Gosto de dizer para os meu pacientes que a água é ad libitum.
Correção: Monitorar a ingestão de líquidos antes, durante e após os treinos. Beba água regularmente e, em treinos prolongados, considere bebidas esportivas que reponham eletrólitos.
Quem nunca sofreu de cãibras musculares?
Uma cãibra muscular é caracterizada como uma contração involuntária, intensa e dolorosa do músculo, frequentemente acompanhada por um nódulo perceptível.
O alívio dessa contração dolorosa pode ser alcançado com o alongamento do músculo afetado, mas esse alívio não é imediato. Pode levar alguns segundos para que o músculo comece a relaxar e alguns minutos para que ele retorne ao estado completamente relaxado. Após uma cãibra muscular intensa, o músculo pode permanecer sensível e dolorido por horas ou até dias, sugerindo que a contração foi suficientemente forte para causar uma lesão localizada.
As cãibras musculares foram descritas pela primeira vez em mineiros que trabalhavam em ambientes extremamente quentes e úmidos. O termo “cãibra” foi cunhado na década de 1880 para descrever as cãibras musculares graves que afetavam homens que transpiravam excessivamente enquanto trabalhavam no subsolo, extraindo ouro e prata do Comstock Lode, em Nevada. Nessas minas, conhecidas por serem as mais quentes do mundo, os trabalhadores enfrentavam temperaturas ambientes úmidas que variavam entre 38°C e 51°C.
Uma teoria sugere que as cãibras resultam da hiperexcitabilidade dos neurônios motores, comumente referida como a “teoria da origem central”.
Fatores que aumentam cãibras musculares:
Durante o Exercício:
- Fadiga (central e periférica)
- Alta intensidade (especialmente em competições)
- Longa duração
- Extensão muscular excessiva
- Condições ambientais adversas (temperatura e umidade)
- Desidratação
- Perda de minerais através do suor
- Isquemia muscular
Fatores Individuais:
- Histórico de cãibras
- Lesões musculares recentes
- Baixo condicionamento físico
- Uso de certos medicamentos (como estatinas)
- Desequilíbrios musculares
Nutrição – principais erros
- Baixo nível de glicogênio muscular
- Desidratação crônica
- Deficiências minerais
Doenças Associadas:
- Doença falciforme induzida por esforço
- Diabetes
- Disfunções na paratireoide
3. Consumo inadequado de proteínas
A proteína é crucial para a reparação muscular e recuperação pós-treino. Um dos erros mais comuns é não consumir proteínas suficientes após o exercício. Quando você pratica exercício físico, seja ele qual for, ocorrerá micro lesões nas fibras musculares e a proteína é primordial para a regeneração dessas fibras e ocorrer a supercompensação.
Atletas de endurance muitas vezes negligenciam a ingestão de proteínas, essenciais para a recuperação muscular e reparo tecidual.
Estudos sugerem que a ingestão diária de proteínas deve ser entre 1,2 a 1,7 gramas por quilograma de peso corporal (Fonte: International Society of Sports Nutrition).
Correção: Inclua fontes de proteína em todas as refeições, como ovos, frango, peixe e leguminosas. Um shake de proteína também pode ser uma opção prática após o treino ou em algum momento que fica difícil fazer a ingestão proteica.
4. Não considerar a nutrição durante o exercício
Durante atividades de longa duração, como maratonas ou corridas de ciclismo, o corpo precisa de uma reposição contínua de energia. O ideal é uma fonte de carboidrato após 1 hora de exercício. Se a sua atividade vai ter menos de 1 hora de duração, não há necessidade de considerar essa nutrição.
Correção: Consumir carboidratos de fácil digestão, como géis energéticos, doce de leite, goiabada, frutas secas, durante o exercício para manter os níveis de energia estáveis.
5. Desconsiderar a individualidade nutricional
Cada atleta tem necessidades nutricionais diferentes. Seguir dietas genéricas pode não atender às suas necessidades específicas.
Correção: Trabalhar com um nutricionista esportivo para desenvolver um plano alimentar personalizado, que leve em conta seu metabolismo, tipo de treino e objetivos.
6. Falta de micronutrientes essenciais
A deficiência de vitaminas e minerais, como ferro e cálcio, é frequente entre atletas de endurance. Uma dieta monótona é um dos principais erros dos atletas.
Como corrigir: Uma dieta balanceada rica em frutas, vegetais e alimentos integrais é crucial. A suplementação pode ser necessária, mas deve ser baseada em avaliação profissional (Fonte: Journal of the International Society of Sports Nutrition).
7. Timing incorreto das refeições
Comer nas horas erradas pode afetar o desempenho e a recuperação, principalmente se a escolha dos nutrientes foi equivocada (excesso de fibras e gorduras muito antes da atividade).
Como corrigir: Consumir uma refeição rica em carboidratos e moderada em proteínas cerca de 3 a 4 horas antes do exercício é ideal, seguido por um lanche leve uma hora antes. Pós-treino, a refeição deve ser rica em proteínas e carboidratos para otimizar a recuperação (Fonte: Nutritional Recommendations for Athletes).
Um dos erros mais comum é desconsiderar o timing da digestão dos atletas
Como deve ser a nutrição feita pelos esportistas?
A nutrição esportiva deve ser personalizada e adaptada às necessidades individuais do atleta, considerando a intensidade e duração do exercício, objetivos pessoais e necessidades específicas. Primordialmente, deve incluir:
Carboidratos
Deve-se priorizar o consumo de carboidratos complexos para fornecer energia sustentada. O carboidrato forma o glicogênio muscular, o qual é o substrato energético principal para o nosso treinamento. Além disso, o cérebro utiliza a glicose como fonte de energía principal.
Curiosidade: Estudos mostram que atletas que periodizam o consumo de carboidratos de acordo com a fase de treinamento têm um melhor desempenho nas competições .
Proteínas
As proteínas são fundamentais para a recuperação muscular e síntese de novos tecidos. A ingestão adequada de proteínas deve ser distribuída ao longo do dia para maximizar a síntese proteica . O segredo é ter uma aminoacidemia constante, ou seja, aminoácidos na corrente sanguínea a todo instante (pelo menos de 3 em 3 horas uma refeição com proteínas).
Gorduras saudáveis
Gorduras saudáveis, como as encontradas no abacate, azeite de oliva, pasta de amendoim, ovos, nozes, são importantes para a saúde geral e como fonte de energia em atividades de baixa intensidade. Elas são importantes para fornecer calorias (1g de gordura tem 9 kcals) e produção hormonal (testosterona, por exemplo).
O que comer antes do treino de endurance?
A refeição pré-treino é crucial para garantir que o corpo tenha a energia necessária para o exercício.
Um dos erros mais comuns: Não consumir a refeição adequada antes do treino pode comprometer o desempenho.
2-3 Horas Antes do Treino
Um prato equilibrado com carboidratos complexos, proteínas magras e gorduras saudáveis. Exemplo: Aveia com frutas e um pouco de manteiga de amendoim.
30-60 Minutos Antes do Treino
Um lanche leve e fácil de digerir, rico em carboidratos simples e de rápida absorção. Exemplo: Uma banana ou uma barra de cereal.
Como deve ser feita a alimentação de um atleta?
Tanto quanto um treino bem alinhado…. A alimentação de um atleta deve ser baseada em seus objetivos, tipo de treino e necessidades individuais. Manter uma dieta balanceada ao longo de todas as refeições é a chave para o sucesso.
Café da Manhã
Deve ser rico em carboidratos e proteínas para começar o dia com energia. Exemplo: Ovos mexidos com torradas integrais e frutas.
Almoço e Jantar
Refeições que combinem carboidratos, proteínas e vegetais, como frango grelhado com quinoa e brócolis.
Lanches
Pequenos lanches entre as refeições para manter o metabolismo ativo. Exemplo: Iogurte natural com mel e nozes.
Qual a importância de se alimentar antes e após o exercício para um atleta?
A alimentação antes e depois do exercício é crucial para o desempenho e recuperação do atleta.
Alimentação Pré-Treino
Fornece a energia necessária para o desempenho.
Curiosidade: Consumir carboidratos 2~3 horas antes de um treino pode aumentar as reservas de glicogênio muscular em até 20% . O seu real prétreino é o que você consome 4 horas antes e não imediatamente antes do treino.
Alimentação Pós-Treino
Assim como a refeição pré treino auxilia na performance, a refeição pós treino ajuda na recuperação muscular e reposição de energia. Incluir uma combinação de carboidratos e proteínas é essencial para maximizar a síntese de glicogênio e recuperação muscular .
O que é uma dieta equilibrada para atletas?
Uma dieta equilibrada para atletas deve conter todos os macronutrientes (carboidratos, proteínas, gorduras) em proporções adequadas, além de micronutrientes essenciais como vitaminas e minerais. Uma dieta variada é o segredo! Esqueça monotonia alimentar. Confira um exemplo de cardápio para corredores.
Macronutrientes
- Carboidratos: 50-60% da dieta, dependendo da intensidade do treino.
- Proteínas: 15-20% para recuperação e manutenção muscular.
- Gorduras: 20-30% para suporte energético e hormonal.
Micronutrientes
Minerais como ferro, cálcio e magnésio são críticos para a saúde óssea e muscular.
Curiosidade: A deficiência de ferro é comum em atletas de endurance, especialmente mulheres, e pode comprometer o desempenho .
O que é uma dieta equilibrada?
Uma dieta equilibrada é aquela que fornece todos os nutrientes essenciais que o corpo necessita para funcionar corretamente, em proporções adequadas. Esses nutrientes incluem carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais. Ademais, a hidratação é uma componente fundamental da nutrição esportiva.
A composição ideal de uma dieta equilibrada varia dependendo da idade, sexo, nível de atividade física e necessidades individuais, mas os princípios fundamentais permanecem os mesmos.
Dieta Mediterrânea:
- Composição: Rica em frutas, vegetais, legumes, nozes, sementes, peixes e azeite de oliva. Consumo moderado de vinho tinto e uso limitado de carnes vermelhas.
- Benefícios: Estudos demonstram que a dieta mediterrânea melhora a saúde cardiovascular, controla o peso corporal e reduz o risco de várias doenças crônicas.
- Evidência Científica: Um estudo publicado no New England Journal of Medicine mostrou que a dieta mediterrânea, suplementada com azeite de oliva extra-virgem ou nozes, reduziu a incidência de eventos cardiovasculares em indivíduos de alto risco (Fonte: New England Journal of Medicine).
Um dos erros mais comuns: Muitos atletas não conseguem aderir a uma dieta equilibrada, optando por dietas restritivas que podem levar a deficiências nutricionais (prejudicando a cognição). Contudo, é possível fazer uma reeeducação alimentar, visando performance. Procure um nutricionista.
Proporção Adequada de Macronutrientes
Para uma dieta ser considerada equilibrada, deve incluir uma proporção adequada dos três macronutrientes principais:
- Carboidratos: Devem constituir a maior parte da dieta, representando aproximadamente 50-60% do total de calorias. São a principal fonte de energia para atividades de alta intensidade e longa duração.
- Proteínas: São necessárias para a reparação e crescimento muscular. A ingestão deve ser de 1,2 a 2,0 gramas por quilograma de peso corporal, dependendo da intensidade do treinamento.
- Gorduras: Devem compor de 20% a 35% das calorias diárias. As gorduras fornecem energia, ajudam na absorção de vitaminas lipossolúveis e são essenciais para a saúde celular e a produção de hormônios.
Variedade de Alimentos
Isto é incluir uma variedade de alimentos para garantir a ingestão adequada de todos os nutrientes necessários:
- Frutas e Vegetais: Ricos em vitaminas, minerais e fibras, devem compor metade do prato em cada refeição. As frutas e vegetais são fundamentais para a manutenção da saúde, fornecendo antioxidantes e compostos bioativos que combatem doenças.
- Grãos Integrais: Como arroz integral, aveia e quinoa, fornecem fibras, vitaminas do complexo B e minerais. Eles ajudam na digestão e na manutenção dos níveis de açúcar no sangue.
- Proteínas Magras: Como peixes, frango, leguminosas e tofu, são fontes importantes de proteínas com baixo teor de gordura. As proteínas magras ajudam na construção muscular e na reparação tecidual.
- Laticínios ou Substitutos: Produtos como leite, iogurte e queijo, ou alternativas como leite de amêndoas ou soja, fornecem cálcio, vitamina D e proteínas, importantes para a saúde óssea.
Conforme estudos da Academia Americana de Nutrição e Dietética e do Colégio Americano de Medicina Esportiva, é essencial que a dieta de um atleta seja variada e equilibrada, incorporando uma ampla gama de alimentos integrais, frutas, vegetais, proteínas magras e gorduras saudáveis (Fonte: Academy of Nutrition and Dietetics).
Moderação e Controle de Porções
Dessa forma, a moderação é chave para uma dieta equilibrada. Mesmo alimentos saudáveis podem contribuir para o ganho de peso se consumidos em excesso. Controlar as porções e comer com moderação é essencial para manter um peso saudável e prevenir doenças crônicas como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.
Hidratação Adequada
Em outras palavras, a água é um componente vital de uma dieta equilibrada. Ela é essencial para a digestão, absorção e transporte de nutrientes, além de ajudar na regulação da temperatura corporal e na eliminação de toxinas. A recomendação diária de ingestão de água varia, mas uma média de 2 a 3 litros por dia é geralmente adequada para a maioria das pessoas. O ideal é 35 ml por kg. Se o atleta soa muito na atividade, pode considerar adicionar um pouco de cloreto de sódio para manter a retenção hídrica corporal.
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[…] em pó, como maltodextrina e waxy maize, são frequentemente utilizados para repor os estoques de glicogênio muscular após o exercício. Sua suplementação pode ser interessante caso o atleta tenha 2 sessões de treino no […]
[…] disso, a desidratação pode causar fadiga precoce, diminuição da capacidade de concentração e até mesmo cãibras musculares. Consequentemente, […]