Dieta alcalina: Tudo o que você precisa saber
Dieta Alcalina
A dieta alcalina frequentemente aparece como uma solução saudável, mas você deve examinar suas alegações com um olhar crítico. Primeiramente, a dieta defende que uma alimentação rica em frutas e vegetais ajuda a neutralizar a acidez no corpo, o que supostamente melhora a saúde geral.
Quando você segue a dieta alcalina, acredita-se que os alimentos que consome passam por mudanças significativas no pH ao longo do trato digestivo.
Inicialmente, na boca, os alimentos se misturam com a saliva, que tem um ambiente neutro. Em seguida, ao chegarem ao estômago, esses alimentos se encontram em um meio altamente ácido.
Depois disso, quando os alimentos chegam ao intestino, são neutralizados por substâncias alcalinas, permitindo assim a absorção adequada dos nutrientes.
Vale ressaltar que o pH do sangue se mantém rigorosamente controlado entre 7,35 e 7,45, que é ligeiramente alcalino. Manter esse pH é vital, já que qualquer desvio dessa faixa pode comprometer a função das enzimas e causar graves consequências, incluindo a morte.
Felizmente, o corpo dispõe de mecanismos eficientes para regular o pH sanguíneo, como tampões, excreção de íons de hidrogênio e neutralização rápida pelo bicarbonato, além da eliminação pela urina e pelo CO2.
De acordo com a teoria por trás da dieta alcalina, alimentos ricos em proteínas e grãos geram uma carga ácida elevada no corpo. Isso supostamente leva à liberação de cálcio dos ossos, o que poderia resultar em osteoporose.
Além disso, os defensores dessa dieta afirmam que uma dieta ácida está ligada a doenças graves, como o câncer e doenças cardiovasculares.
Dieta Alcalina tem respaldo científico?
No entanto, vale destacar que o Dr. Robert O. Young, o responsável por popularizar a dieta alcalina, não possuía formação médica. Em 2017, as autoridades o condenaram por praticar medicina sem licença, o que levanta dúvidas sobre a veracidade de suas alegações. Por isso, devemos analisar essa dieta com um olhar crítico e cauteloso.
Curiosamente, um dos mitos mais comuns da dieta alcalina é a crença de que ela pode alterar o pH do sangue de forma significativa. Entretanto, o corpo humano possui mecanismos extremamente eficientes para manter o pH sanguíneo entre 7,35 e 7,45, independentemente dos alimentos que você consuma.
Por exemplo, o sistema respiratório e os rins desempenham um papel vital na regulação do pH, o que torna difícil acreditar que uma simples mudança na dieta possa fazer uma diferença considerável.
Outro mito popular é a ideia de que alimentos ácidos, como proteínas e grãos, promovem a perda de cálcio dos ossos, resultando em osteoporose.
Entretanto, estudos científicos não encontraram evidências suficientes para sustentar essa teoria.
Além disso, embora a dieta alcalina enfatize o consumo de alimentos saudáveis como frutas e vegetais, os benefícios desses alimentos vêm mais dos nutrientes que eles oferecem do que da sua suposta capacidade de “alcalinizar” o corpo.
Além disso, algumas pessoas acreditam que a dieta alcalina pode prevenir ou até curar o câncer. No entanto, pesquisas recentes não demonstraram nenhuma conexão direta entre o pH dos alimentos e a prevenção de câncer.
Na verdade, o que realmente pode fazer a diferença na prevenção de doenças é uma alimentação equilibrada, rica em alimentos integrais, e a adoção de hábitos saudáveis.
Em conclusão, investir em produtos como águas alcalinas ou suplementos para “alcalinizar” o corpo dificilmente trará melhorias expressivas para a saúde. Portanto, é muito mais eficaz adotar uma alimentação equilibrada e variada, focada em frutas e vegetais frescos, do que seguir mitos infundados da dieta alcalina.
Procure sempre um nutricionista para alcançar o seu objetivo nutricional com prazer e função na alimentação.
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